[RESENHA] Um perfeito cavalheiro, livro #3 da série "Os Bridgertons" *CONTÉM SPOILER*

Reprodução/De Livro em Livro

Até um pouco mais da metade do livro, eu não tinha uma opinião formada sobre a história. Eu não sabia se estava gostando ou não. Nada de impactante tinha acontecido, estava tudo morno.

Achei relação de Sophie e Benedict bem forçada, não fazia o menor sentido Benedict levá-la para a própria casa e depois para a casa da mãe, porém, Benedict vinha se mostrando um homem melhor que Anthony e Simon. 

Anthony e Simon em muitos momentos se transformavam em pessoas agressivas e perdiam a pose de "perfeitos". Benedict, por mais implicante e indecente que pudesse ser, continuava sendo um personagem perfeito.

Eu tinha certeza que em algum momento da história Julia Quinn ia estraga-lo, mas fui surpreendida. Ao contrário do que eu esperava, Julia Quinn não estragou Benedict. Esse foi o primeiro personagem masculino até aqui que ela não estragou (Simon e Anthony não tiveram a mesma sorte). Benedict foi o mesmo do início ao fim, não teve surtos de bipolaridade igual aconteceu com Simon e Anthony nos dois livros anteriores, o que os estragou, em minha opinião.

Talvez eu seja recriminada por chamar Benedict de "cavalheiro", porque com certeza foi indecente da parte dele propor que Sophie se tornasse sua amante; porém, não o defendendo, ele fez a única coisa que seria aceitável para a sociedade da época. Pedir Sophie em casamento estava totalmente fora de cogitação e como ele não queria perdê-la de maneira alguma, propôs que ela fosse sua amante.

Isso pode soar uma absurdo no século em que vivemos, por isso temos que ler com a mente aberta para entender os costumes da época que a história foi escrita, sem julgamentos. Hoje não nos parece aceitável, mas era como a sociedade funcionava naquela época.

Agora falando da história, a paixão de Benedict por Sophie era tão forte que ele se apaixonou pelas duas versões dela, sem saber que eram a mesma pessoa. E o mais interessante era ele amar a Sophie e ao mesmo tempo sentir que estava traindo a dama de prateado, que ironicamente era a Sophie, mas ele conhecia como a mulher que roubara seu coração 2 anos antes e ele se mantinha fiel. Era um amor bonito.

A forma como tudo aconteceu após o reencontro foi meio forçado, na minha opinião; porém, eu me diverti ventado tudo o que Benedict fazia para ficar perto de Sophie. Ele fazia de tudo para estar perto dela e eu achei isso extremamente fofo. Gostei da "implicância" dele com ela, era gostoso de ler. Destaque para a cena 1) em que os dois estavam no corredor, ela tentando passar e ele se colocando na frente dela para impedi-la e irrata-la com a atitude; e 2) a cena que Sophie estava lendo um livro no jardim/terraço e o Benedict disse que o livro dela estava de cabeça para baixo. Ela estava tão distraída com a presença dele que teve que olhar para a capa do livro para se certificar se estava de cabeça para baixo ou não, o que o fez rir e perceber que ela não era indiferente a presença dele.

São esses pequenos detalhes que me fizeram amar o relacionamento dos dois, apesar de me incomodar demais com o sofrimento dela ao longo de toda a história. Não foi fácil aguentar tudo o que ela aguentou.

Benedict, até aqui, foi o melhor personagem masculino escrito por Julia Quinn.


P.S. Dos 3 livros escritos, esse foi o único que posso considerar "perfeito". Apesar de todas as dificuldade para Benedict e Sophie ficarem juntos, Benedict não foi babaca com a Sophie em momento algum a ponto de estragar a história, como aconteceu nos livros anteriores.


P.S. 2. Uma coisa que ninguém fala, mas eu queria deixar registrado aqui é como eu adoro as Crônicas de Lady Whistledown. Eu amaria morar em uma época com uma fofoqueira como ela.


| Lido entre os dias 03/01/21 e 04/01/21.

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