#DiárioDeBordo: Como está sendo viajar de avião no meio da pandemia de coronavírus?


Cuiabá, 18 de outubro de 2020.

Saí hoje de Cuiabá/MT rumo a Porto Alegre/RS, fazendo conexão em Guarulhos/SP, e observei a movimentação do aeroporto.

Essa é a primeira vez que eu viajo de avião desde 16 de março, quando o coronavírus virou uma pandemia, ou seja, caos no mundo inteiro. 

Em março, eu observei que cerca de 90% dos passageiros usavam máscara (no meu voo, eu fui uma das únicas pessoas sem máscara) e 95% dos passageiros eram pessoas idosas. Os 5% que não eram idosos, eram jovens acompanhando os idosos. Eu era uma das únicas que não estava acompanhado nenhum idoso.

Nesse voo (Porto Alegre -> Cuiabá), a quantidade de idosos me chamou atenção porque todo mês eu faço esse trajeto e nunca vejo idosos no voo. Nesse dia, em particular, só tinham idosos, então, na época, pensei que esses idosos poderiam estar indo para o Mato Grosso para fugir do coronavírus*.

Apesar de estarmos no meio de uma pandemia, o aeroporto ainda estava funcionando (aquele seria o último voo Porto Alegre -> Cuiabá antes do fechamento do aeroporto), ainda estava sendo dado comida a bordo, o distanciamento não existia e o uso de máscara ainda não era obrigatório. 

Sete meses depois, a realidade foi outra completamente diferente. Comida a bordo não é mais oferecido e o uso de máscara durante todo o voo e toda a permanência no aeroporto é obrigatório. Além disso, na hora do embarque, a Azul (que foi a companhia aérea que eu viajei) fez um esquema de embarque no aeroporto de CUIABÁ muito legal.

Estruturas de ferro foram montadas com televisores e projetores de imagem, que refletem no chão o número da poltrona a embarcar. Quando a sua poltrona é chamada, você se encaminha para o local indicado (refletido no chão) e aguarda a sua vez. Dessa maneira, filas não são feitas e não há aquela multidão querendo embarcar ao mesmo tempo.

Bem mais organizado, poderia ser sempre assim.

Em Guarulhos, não vi isso acontecer. A fila foi feita da maneira que era antigamente, o que eu achei péssimo e completamente irresponsável.

Outra atitude completamente irresponsável da Azul foi não respeitar o distanciamento social dentro do avião. Não existe poltronas alternadas para manter o distanciamento, está todo mundo lado a lado, sem o menor espaço.


E ah, álcool gel só é disponibilizado quando entramos no voo. O comissário dá um pacotinho com um lenço umedecido, igual aqueles que usamos em bebês, para limparmos as mãos. Segundo a embalagem, esse lenço é umedecido com álcool gel 70%.

Achei muito fracas as precauções que a Azul está tomando. Pode ser que no início, quando os aeroportos reabriram, a empresa seguia mais a risco as medidas de segurança, mas agora, em outubro, sete meses que a pandemia começou, achei-os muito desleixados e relaxados com as medidas. Um absurdo, para ser sincera.

Agora, mais que nunca, temos que nos cuidar ao transitar pelo aeroporto, porque nem a temperatura dos passageiros está sendo medida.



*Na época, os casos já estavam começando a pipocar no Rio Grande do Sul, enquanto que no Mato Grosso não tinha 1 caso confirmado. O primeiro caso foi registrado na semana seguinte. 

Pensei que os idosos poderiam estar indo para o MT para fugir do coronavírus, porque muitos jovens do Rio Grande do Sul se mudaram para o Mato Grosso para fazer riqueza lá, deixando os pais, os avós e os demais familiares no RS; então esses idosos poderiam estar indo ficar com os filhos/netos longe de onde estava pipocando casos, ainda mais eles que eram o grupo de risco.

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