Amor em tempos de coronavírus


Quarenta dias sem nos vermos e com a perspectiva de ficarmos, pelo menos, mais trinta dias longe do outro. Talvez agora seja o momento para eu dizer tudo o que eu sinto e tenho guardado para mim, por medo de me expor emocionalmente.

Hoje a saudade bateu forte. Deu saudade de você, de seus braços fortes, de seu toque, de sua voz, de seu sotaque, de seus sorrisos, de seus olhos me encarando, de sua boca pronunciando meu nome.

Deu saudade de ouvir suas piadas sem graças, de roubar suas roupas, de te assistir fazendo mágica, de implicar com você por não me dar atenção e ficar jogando seus jogos online.

Deu saudade de quando uma simples ligação minha falando "lindo, to com saudade" era motivo para te fazer atravessar a cidade e ir me fazer companhia.

Deu saudade das nossas andanças pela cb procurando por um restaurante aberto, das nossas tardes no mercado e das nossas noites ouvindo música.

Deu saudade de te olhar de pertinho e dizer que seus olhos azuis são o trem mais bonito que eu já vi em toda a minha vida e você me responder que o único trem que conhece é aquele que faz piuiii.

Deu saudade de ouvir sua risada, sua voz rouca de quem acabou de acordar e sua reclamação do trânsito que não anda.

Deu saudade de você. Das pequenas coisas que fazíamos. Da nossa rotina. E eu achei que deveria te falar isso.

Eu te amo. Estou com saudade. Agradeça ao coronavírus (e à quarentena) por essa declaração.

Amor em tempos de coronavírus.



| 21 de abril de 2020 |

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