#DiárioDeBordoDoCRUZEIRO: dia 5: cheguei, Argentina! #5

Buenos Aires, 9 de janeiro de 2020.

O dia hoje foi cheio. Acordamos por volta das 9h, tomamos banho, nos arrumamos, fomos tomar café da manhã no navio mesmo e só então descemos do navio. Depois de descermos do navio, sem estresse ou problema algum (thanks God), pegamos um ônibus que estava na porta do navio. Esse ônibus nos deixa na porta de saída do porto, porque não podemos transitar no porto.

É nesse local que o ônibus nos deixa. Aí só temos que atravessar a rua para sairmos pela área de desembarque do porto.
A área de desembarque do porto é nesse prédio creme, à direita.

É relevante dizer que ao contrário dos dias anteriores, hoje acordamos e tomamos café da manhã sem pressa, porque 1) temos 2 dias em Buenos Aires, enquanto que nas outras cidades tínhamos apenas 1 dia, e 2) ao contrário de Punta Del Este, Buenos Aires tem porto, então é bem mais tranquilo para descer, não temos que pegar tíquete e não tem aquele desespero todo para descer. É só passar pelos seguranças do navio e andar até a saída.

Descemos do ônibus (exclusivo da empresa de cruzeiro) e já estávamos no terminal de desembarque do porto (é um terminal igual de aeroporto, com polícia, raio-x e dutty free). Logo que pisamos nesse terminal, já aparecem um milhão de pessoas oferecendo excursões por Buenos Aires. O mesmo acontece do lado de fora do porto, com os taxistas.

Eu já tinha o meu próprio roteiro, que eu queria fazer no meu tempo, então não comprei nenhum passeio com essas pessoas; PORÉM, acho interessante dizer que esses serviços estão disponíveis ali no porto, para caso você decida comprar de última hora.

Quanto a preços, não sei informar se vale mais a pena comprar ali ou com alguma outra empresa de Buenos Aires, porque como eu disse, não comprei nenhum passeio com eles, mas sei que é bem mais barato que as excursões vendidas dentro do cruzeiro (dentro do cruzeiro era em média 200 DÓLARES por pessoa. No porto, vendiam por 100/150 REAIS por pessoa).

Passando pelo mar de pessoas querendo te vender excursões e oferecendo táxi (fiquem espertos, esses caras que oferecem táxi na verdade fazem excursões, então eles não te levarão para onde você quer ir), fomos até um ponto de táxi que tem na esquina do porto. Pegamos um táxi para a Casa Rosada. Custou 40 reais.

No caminho, fomos conversando com o taxista e uma coisa interessante que ele falou foi que o trânsito de Buenos Aires melhorou MUITO nos últimos anos, porque a prefeitura fez pistas exclusivas para ônibus e caminhões.


Além disso, esse taxista foi nos mostrando os pontos turísticos de dentro do carro. Muito gente boa ele.

Descemos na Casa Rosada, fotografamos, andamos um pouco ali no quarteirão.


Estava tendo uma manifestação na praça da Casa Rosada. Não sei o que estavam reivindicando, mas estava tendo.


Quando estávamos saindo da Casa Rosada, o alarme do Banco Central da Argentina disparou. Não sei o que aconteceu, só sei que vi uma movimentação de policiais e helicópteros em frente ao Banco Central e pessoas saindo escoltadas de dentro do banco.


Como se não bastasse essa movimentação digna de filme, vi repórteres de televisão fazendo reportagens ali na praça em frente ao Banco Central e a Casa Rosada, e todo um esquema de segurança dentro da Casa Rosada. Um helicóptero luxuosíssimo decolou dali.


Eu nunca tinha visto nada parecido, nem em filme. Pela quantidade de seguranças e pelo luxo do helicóptero, era alguém importante. Pesquisei na internet e não tinha nenhum presidente ou diplomata de outro país na Argentina, então deveria ser o presidente da Argentina (Alberto Fernández).

Passado esse momento filme, fomos descendo, a pé mesmo, em direção ao Puerto Madero para ver a Puente de La Mujer, do arquiteto espanhol Santiago Calatrava. Era um dos lugares que eu queria ir.

Antes de chegarmos, em frente a Casa Rosada, aproveitei para fotografar um ônibus público da Argentina. Lembra muito aqueles ônibus turísticos que tem em New Orleans, EUA.


Também na frente da Casa Rosada, meus pais viram uma árvore protegida/cercada por grades de ferro. Meus pais ficaram curiosos do porque daquilo e como tinham dois policiais embaixo da árvore, eles decidiram perguntar o porquê daquilo. Os policiais não souberam responder.


Meu palpite é que aquela árvore é centenária ou representa alguma coisa do surgimento de Buenos Aires, porque na frente dela tem uma estátua de um dos colonizadores ou descobridores, não lembro bem, de Buenos Aires.

Seguimos andando rumo a Puente de La Mujer, que ficava há 2 quadras da Casa Rosada.


Nesse meio caminho, vi uma agente de trânsito parar no meio da rua dois motoqueiros. Foi do nada. Ela só fez sinal para eles pararem e pediu os documentos da moto e dos condutores.


Não sei se é costume deles fazerem isso ou não, mas como foi na esquina da Casa Rosada, eu vi aquele helicóptero voando dali e teve o alarme do Banco Central que disparou, eu fiquei atenta.

Seguimos descendo e depois de alguns minutos finalmente chegamos ao Puerto Madero, mais especificamente na Puente de La Mujer.


Vimos a ponte, fotografamos e depois fomos comer em uma hamburgueria/panificadora chamada Dandy Deli, que fica bem na esquina da rua Macacha Güemes, de frente para o rio Darsena Sur e para a Puente de La Mujer.

O Dandy Deli é bem ali naqueles toldos vermelhos.
Esse restaurante Dandy Deli era lindo por dentro, tinha uma decoração com uma pegada industrial, hipster, e a comida era boa (porém muito gordurosa). Tinha opções de hambúrguer (vegetariano e normal), saladas, salgados, pães e sorvete. Recomendo bastante esse lugar, porque além de ser bem frequentado, a comida é gostosa, a vista bonita e preço ok (o hambúrguer lá custa 360 pesos argentinos, cerca de 21 reais).

Um lance engraçado que aconteceu nesse restaurante foi que tinha uma mesa com 6 homens e todos os homens ficaram me encarando e apontando para mim. Só que assim, eles não faziam a mínima questão de disfarçar, pelo contrário, eles ficaram me olhando fixamente. Foi engraçado, porque parecia que eu era alguma famosa sendo reconhecida por pessoas anônimas.

Ah, e foi nesse restaurante que eu senti pela primeira vez o movimento do cruzeiro. Eu já estava em terra firme, mas quando eu andei no corredor apertadinho do banheiro desse restaurante, senti o balanço do navio.

Depois de comer (isso já eram umas 11h30min), fomos em busca da loja da Montblanc. Pesquisei o endereço no google e fomos atrás. Fizemos o caminho inverso ao que tínhamos feito, passamos pela Puente de La Mujer, demos tchau para a Casa Rosada, atravessamos o obelisco, andamos mais muitos quilômetros nessa região e não achamos a bendita loja.


Quando chegamos na rua Alvelar, 1920, a loja não estava lá. Depois de muito pensar e pesquisar, descobrimos que tínhamos que ir à Av. Alvear, 1920. Desistimos de ir, porque era bem longe.

Foi a vez da minha irmã escolher onde ela queria ir. Ela queria ir ao El Ateneo, Para a nossa sorte, era há 1 quadra de onde estávamos, então fomos a pé mesmo. Esse local que a minha irmã queria ir, nada mais é que uma antiga ópera que foi transformada em uma livraria.


O local é lindo, tem um restaurante no fundo e é super agradável. Acho que vale a visita.

Depois de conhecer a livraria por dentro e finalmente almoçar (já eram umas 15h), fomos embora do Ateneo. Pegamos um táxi ali na frente e dali seguimos para o Caminito.

Estátua do Papa Francisco na janela

No Caminito, fotografei o local, andei bastante pelas redondezas, entrei em todas as lojas, fiz compras (finalmente comprei minhas miniaturas e souvenirs).


Depois fui embora. Eu e minha família estávamos todos bem cansados. Tínhamos andado muito.


No caminho de volta para o porto dos cruzeiros, onde o navio estava, o motorista de táxi, que pegamos ali no Caminito, foi nos contando um pouco sobre a história da região dos portos de Buenos Aires, e ele contou que antigamente, como a região que estávamos (La Boca) era uma região que alagava muito, as construções eram feitas bem altas em relação ao nível do chão. Assim, se chovesse, não alagaria a parte de dentro das casas.


Chegamos umas 18h já. Tínhamos saído cedo, um pouco antes das 10h.

No navio, fomos direto para a cabine, tomamos banho, nos arrumamos e fomos jantar no Red Velvet, o mesmo restaurante dos outros dias. Como estávamos bem cansados, depois de jantar ficamos na cabine mesmo até dormirmos. Ninguém tinha pique para fazer nada.

Foi um ótimo dia. Eu amei Buenos Aires. Mesmo. Eu desejei tanto morar nessa cidade. É um estilo de vida totalmente diferente de Punta Del Este, não sou capaz de opinar de qual eu gosto mais. Porém, sem sombras de dúvida, eu gostaria de morar em Buenos Aires. Punta eu já não tive esse desejo tão forte.

Buenos Aires eu achei linda, com uma arquitetura linda, muitos turistas e muitos homens bonitos. Sei lá, só sei que eu achei lindo. Meus pais já não gostaram tanto. Eles acharam a cidade suja e ficaram assustados com várias partes da cidade. Eu não vi isso, amei tudo.

Muito grata de estar tendo a oportunidade de vir aqui.



| 1ªs impressões de Buenos Aires
-> 17 pesos argentinos = 1 real
-> uma coisa que eu achei legal foi que nos semáforos fica amarelo até quando vai abrir, então é bacana que conseguimos saber se falta muito para ficar verde ou não. Tipo assim, fica verde, amarelo e vermelho. Fechou. Depois fica vermelho, amarelo, verde. Abriu. Eu nunca tinha visto nada parecido em lugar nenhum
-> achei a cidade linda, com uma arquitetura de encher os olhos.
-> o mais legal da arquitetura, na minha opinião, é que eles sabem mesclar arquitetura moderna com arquitetura de épocas passadas. Isso eu acho sensacional. Eu defendo essa postura na arquitetura. Acho que o antigo tem que ser preservado, ao invés de ser destruído para a construção de algo moderno. Temos que respeitar e preservar a história do lugar!
-> Buenos Aires merece o título de cidade mais europeia da América do Sul. Por causa da arquitetura, em muitos lugares eu me sentia na Europa (minha principal referência era Madri, o que faz sentido, já que Argentina foi de colonização espanhola).

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