As minhas histórias de aeroporto
Eu sou uma pessoa que viaja bastante. Todo mês estou no aeroporto, mas isso não é de agora. Eu sempre viajei muito e justamente por já ter viajado muito, que vi e vivi muitas coisas (inacreditáveis).
Eu tenho muitas histórias de aeroporto, mas as mais marcantes são as que contarei agora.
1) Aeroporto Adolfo Suárez, Madrid-Barajas
MADRI, 2012
Eu estava no auge dos meus 12 anos, viajando para fora do Brasil pela primeira vez. Eu estava com a minha família. Nosso destino final era Paris (França), mas fizemos uma conexão em Madri (Espanha).
Enquanto esperávamos nosso voo, tive uma intensa troca de olhares com um garoto que deveria ter a ninha idade. Durante todo o tempo que esperei o avião, ficamos trocando olhares. O garoto não tirava o olho de mim e eu não sabia porque. Até hoje lembro exatamente como foi essa troca de olhares.
Se eu pudesse, gostaria muito de reencontrar esse garoto para ver como ele está hoje (fisicamente) e ver se ele se lembra desse acontecimento. Se ele se lembra, que me conte o motivo para ficar me olhando tão fixamente.
Eu nunca consegui esquecer essa troca de olhares. Na época, eu o achei muito bonito, mas eu era uma criança né.
2) Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes
RECIFE, 2012
Eu recém tinha feito 13 anos e tinha viajado para Recife sem meus pais. Na volta, eu e minha irmã perdemos o voo por causa da terceira menina que estava conosco, Yasmin (ela tinha esquecido a identidade dela em casa e tivemos que voltar para pegar. Nisso, o tempo passou e perdemos o voo).
Quando perdemos o voo, a minha irmã, que tinha 15 anos, e a Yasmin, que tinha 18, começaram a chorar muito. Eu, com 13 anos, fiquei parada olhando para a cara das duas. Eu não entendia porque elas estavam chorando tanto e, na verdade, eu não estava achando ruim ter que ficar mais tempo em Recife.
Como as duas não paravam de chorar, eu fui sozinha ao balcão de informações perguntar o que eu deveria fazer. A mulher do balcão de informações me orientou, eu liguei para os meus pais e repassei a orientação para eles.
No dia seguinte ou dois dias depois, não lembro bem, eu e minha irmã embarcamos de volta. A Yasmin ainda ficou mais uns dias em Recife.
Essa foi a primeira e a única vez que perdi um voo (e nem foi por culpa minha).
3) Aeroporto Internacional de Miami
MIAMI, 2015
16 de janeiro de 2015, eu estava voltando para o Brasil com a minha família quando fui parada no raio-x do aeroporto de Miami.
Eu estava passando no raio-x, quando apareceu na tela que eu tinha alguma coisa escondida no forro da minha blusa. De dentro da máquina do raio-x, eu vi que tinha aparecido e na hora perguntei para a policial se ela queria que eu tirasse a blusa de frio (nesse momento, eu já estava tensa. Eu sabia que não tinha nada escondido na minha blusa, mas apareceu no raio-x, então né).
A policial falou para eu não tirar a blusa de frio e pediu para eu acompanha-la (não falou para onde). Eu a acompanhei e no caminho olhei para trás, para ver os meus pais. Imaginei que eles ficariam desesperados me vendo sendo levada pela policial.
A policial me pediu para eu ficar no canto, enquanto ela me revistava. Em momento algum ela foi grossa.
Fui revistada e liberada em seguida, porque eu não tinha nada escondido comigo.
4) Aeroporto de São Paulo/Congonhas
SÃO PAULO, 2017
Em absolutamente TODOS os voos que eu peguei enquanto morava em São Paulo, eu era escolhida "aleatoriamente" para ser revistada.
Eu já era tão acostumada, que quando chegava a minha vez de passar no raio-x, eu já caminhava até um pouco mais devagar, porque eu sabia que eu ia ser revistada. Eu, inclusive, cheguei a perguntar para um policial qual era o critério usado para a revista, se tinha a ver com roupa, porque absolutamente todos as vezes que eu ia viajar (todo mês) eu era revistada.
O policial me respondeu que pessoas que viajavam com frequência eram o alvo. Como eles já tinham visto que eu viajava muito, eu meio que estava marcada.
Acredito eu, que eles sempre me revistavam porque eu poderia estar traficando e como eu era mulher e novinha, ninguém desconfiaria de mim.
5) Aeroporto Salgado Filho
PORTO ALEGRE, 2019
Eu estava prestes a embarcar para Florianópolis, quando o aeroporto de Porto Alegre foi fechado por causa da serração. TODOS os voos do dia foram cancelados, menos o meu, porque Florianópolis ficava há menos de 1h de Porto Alegre e o pessoal do aeroporto achou que valia a pena fazer esse voo. Eu, obviamente, respirei muito aliviada, porque não queria perder meu dia em Florianópolis.
Acabou que o voo só atrasou 1h, mas fomos para Florianópolis.
6) Aeroporto Marechal Rondon
CUIABÁ, 2019
Estava embarcando para voltar para Porto Alegre, quando descobri que estava proibido viajar com o MacBook Pro, porque um modelo desse computador tinha explodido dentro do avião na China. Acontece que eu tenho um MacBook Pro e estava com ele no avião. Tive que me apresentar para a equipe de bordo do avião (antes de decolar) e aí começou o problema. Eu tive que sair de dentro do avião para o pessoal ver o que fazer. Eu não podia viajar com o computador, então eles queriam reter o meu computador e queriam que eu pegasse na volta. Acontece que eu não ia voltar para Cuiabá, porque eu não moro em Cuiabá.
Expliquei isso para o pessoal do aeroporto e ficamos uns 20 minutos vendo o que faríamos, porque eu estava me recusando a deixar meu computador e eu não podia viajar com ele.
No final, ficou acordado que eu viajaria com o computador, mas não poderia liga-lo o voo inteiro por questões de segurança.
Duas semanas depois, tive o mesmo problema no aeroporto de Porto Alegre (Salgado Filho) e no aeroporto de Campinas (Viracopos). Novamente, ficou acordado que eu viajaria com o computador, com a condição de não liga-lo em momento algum.
Essas foram só algumas histórias de aeroporto que já vivi. São muitos anos viajando de avião, então são muitas histórias para contar.
E vocês, tem alguma história de aeroporto para contar? Deixe nos comentários!
Comentários
Postar um comentário