10 coisas que eu aprendi morando sozinha

Em fevereiro de 2017, com apenas 17 anos, eu saí da casa dos meus pais e me mudei para um apartamento em São Paulo, o meu apartamento.

Foi libertador, a sensação de estar livre era impagável. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava que viveria tudo aquilo tão cedo e de uma forma tão perfeita como foi. Porém, a perfeição é uma mentira, uma hora a conta chega e ela chegou para mim.

Eu vivi muitas coisas, que me fizeram mudar e amadurecer muito, e eu sou muito grata por todas as lições que aprendi.

A primeira coisa que aprendi foi que ninguém quer ficar sozinho para sempre. Todo mundo quer alguém para compartilhar suas alegrias, suas vitórias, suas tristezas, suas frustrações, suas derrotas, seus pensamentos.

A segunda coisa que aprendi foi que são as pessoas (companhias) que fazem o lugar. Não adianta nada você estar na melhor cidade do mundo, se você não tem com quem viver isso; porque, como já falei, todo mundo quer alguém para compartilhar suas alegrias, suas vitórias, suas tristezas, suas frustrações, suas derrotas, seus pensamentos.

A terceira coisa que aprendi foi que ter a sua própria casa é libertador, mas ao mesmo tempo é solitário demais. Ter o seu próprio espaço é incrível, é libertador, chega a ser mágico, porém, quando você está sempre sozinho, acaba tornando-se solitário, porque você não tem com quem conversar, não tem com quem brigar, não tem para quem olhar. É inevitável não ficar triste em alguns momentos.

Outra coisa que aprendi foi que eu sou muito mais forte do que eu imaginava, porém nem sempre eu quero ser forte.

Quando se mora sozinho, você tem que ser forte, para o seu próprio bem, e isso acaba sendo desgastante demais, porque ninguém é de ferro. Por mais frio que você seja, em algum momento você vai sentir alguma coisa, você vai "fraquejar", e você terá que ser o seu próprio consolo, porque morar sozinho é isso: ter a liberdade de fazer o que quiser, mas chorar sozinho por não ter o ombro de alguém para chorar.

Morando sozinha, eu aprendi que a casa, as roupas e as louças não se lavam sozinhas, nem vão por conta própria para o seu armário; assim como se você não comprar comida, não terá o que comer.

Morando sozinha, eu aprendi que tudo tem um preço e que é inevitável não torcer para o final de semana passar rápido, porque é só no trabalho/na faculdade que você vê pessoas e você não aguenta mais ficar sozinho.

Morando sozinha, eu aprendi a ser mais responsável, porque eu não posso me dar ao luxo de esquecer de comprar no mercado algumas coisas essenciais, como papel higiênico e creme dental; porque meu filho, se eu esquecer, eu estou ferrada!

Morando sozinha, eu aprendi que o preço que pagamos para ter a televisão só para nós é muito alto e nem sempre vale a pena.